O esporte 100% brasileiro
- christiana araripe
- 5 de mai. de 2022
- 3 min de leitura
O futevôlei surgiu nos anos 1960, em plena ditadura militar, quando a polícia proibiu o futebol nas praias cariocas após determinado horário. Alguns garotos, liderados pelo arquiteto Otávio Moraes, passaram a se reunir à noite em uma quadra de futebol de areia na Rua Bolívar, próximo à praia de Copacabana.

Ayrton e Renan em 1987, já lutando pelo bicampeonato da Copa Itaú
A primeira partida foi jogada em 1965, por Tatá, Luiz Fernando ‘Tananan’, Betão, Gagá, Ayrton, Adylton Brandão e Orlando Pingo de Ouro. De Copacabana a Ipanema, o futevôlei era jogado por craques e anônimos do futebol carioca.
Nos anos de 1980, os torneios de futevôlei começaram a ser transmitidos, no programa Show do Esporte. Com a narração de Luciano do Vale, o esporte carioca ganhou fãs no país inteiro.
Nessa época, duas estrelas do futebol brasileiro, Romário e Renato Gaúcho, passaram a praticar o futevôlei. Mas antes deles, vários craques já tinham tirado um descanso dos gramados, para a chutar a bola na areia.
De lá pra cá o esporte só fez crescer. Em 2016, nasceu a World Footvolley, empresa criadora da primeira liga e ranking mundial de futevôlei. “Iniciamos com uma pesquisa de mercado para avaliar a gestão do futevôlei a nível internacional. Já em 2019 lançamos a primeira liga e ranking mundial na modalidade com quatro etapas, sendo duas no Brasil (Rio e Brasilia) e duas no exterior (Barcelona e Eilat, em Israel)”, diz Luiz Gomes, fundador da World Footvolley.

Os campeões mundiais Hiltinho e Franklin, na final de Futevôlei, em Copacabana (2021).
Evento organizado pela World Footvolley.
Boom do esporte na pandemia
De acordo com informações da Federação Paulista de Futevôlei (FPFv), a prática do esporte cresceu mais de 250% durante a pandemia, especialmente nos momentos em que ocorreram flexibilizações nas restrições impostas pelo governo do estado para frear o contágio pela Covid-19.
Com a necessidade de fazer atividades físicas e respirar ar livre para aliviar o estresse do isolamento, muitos novos praticantes chegaram à modalidade, sobretudo jovens com menos de 18 anos e mulheres, consolidando um boom que o futevôlei já vinha experimentando nos últimos anos. O mesmo fenômeno aconteceu em diversas outras cidades do Brasil. Mesmo no Rio de Janeiro, onde a modalidade sempre esteve em alta, professores e donos de escolinha relatam um grande aumento de procura pelo esporte, que é jogado em ambientes abertos e pode ser praticado por um número reduzido de jogadores, evitando aglomeração.

Foi justamente no auge da pandemia que surgiu o CTlipeftv, em outubro de 2020. “Eu estava desempregado e um amigo me chamou para dar personal na praia. Começou a dar certo e logo surgiu o projeto de criar a escolinha de futevôlei ”, diz o atleta profissional Felipe Barcellos, que desde os 7 anos pratica o esporte.
Andre Susyn, conhecido como Deco, pegou a visão do negócio e durante uma partida propôs uma sociedade com o Felipe, que topou na hora. “Sou paulista e nunca tinha jogado futevôlei antes. Comecei a ver os amigos jogando e resolvi aprender. Me apaixonei pelo esporte. Hoje sou sócio do Lipe e jogo todos os dias ”, diz empolgado.

Lipe e seus alunos na Praia do Leme
Lipe e Deco, como são conhecidos nas areias do Leme, dão aula de segunda a sexta, para alunos iniciantes a avançados, num total de 50, entre homens e mulheres. “Os treinos são voltados para a parte do jogo, do fundamento, movimentação em quadra. Focamos na parte física 20% e 80% no jogo. As maiores dificuldades para os iniciantes e intermediários é a execução do fundamento pra depois entender a movimentação em quadra. Procuro sempre buscar no que podem melhorar. Não tem nada mais gratificante para o aluno e para mim, vê-los acertar”, conclui Lipe.

Contato
21 999251910
@Ctlipeftv
@Lipebarcellos96
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