A Ruiva da Finanças

Ela é ex personal trainer, pós graduada em Reabilitação Cardíaca, simpática e muito talentosa. Thaís Souza, mais conhecida no digital como a “Ruiva das Finanças”, hoje ajuda profissionais autônomos a organizar suas finanças e colocar os pés nos investimentos.

Em uma entrevista exclusiva, a educadora financeira, sócia da Maclaude Partners, nos conta como iniciou sua incrível trajetória no mundo dos investimentos e deixa dicas preciosas para até os mais leigos investidores.

Quando e como você começou a trabalhar no mercado de investimentos ?

Comecei no mercado de investimentos em agosto de 2015 quando tirei a minha licença para trabalhar nesse mercado. Entretanto, minha relação com ele já existia há dois anos quando me apaixonei pelo tema investimentos e educação financeira, por conta de uma dívida que acumulei por falta de habilidade para lidar com meu dinheiro. Na época eu tinha um excelente salário, mas quanto mais eu ganhava, mais gastava e fazia prestações. O resultado foi uma bola de neve gigante, em dívidas. A partir daquele momento, decidi que isso precisava mudar e fui atrás. Um Assessor Financeiro me ajudou a começar a fazer os meus primeiros investimentos... poucos meses depois eu estava fazendo cursos e estagiando num escritório de Assessores Financeiros nas minhas horas livres. O que era um problema e falta de habilidade, se tornou profissão.

Qual a importância de investir?

A principal importância de se investir é a liberdade que ter dinheiro nos proporciona. Converse com alguém que possui dívidas, nome sujo e passa por privações por não ter dinheiro e avalie se ela tem liberdade de deixar de trabalhar para fazer algo que ela goste ou se pode ficar sem trabalho por um mês tranquilamente. Grande parte da população brasileira é escrava do trabalho, das prestações que assumem, dos devaneios financeiros em geral. Vivem em uma espécie de looping onde estão sempre correndo atrás do próprio rabo. A resposta provavelmente será não. Uma pessoa minimamente responsável com seus compromissos financeiros, não fica em paz ao deitar sua cabeça no travesseiro à noite.

Como você avalia o mercado econômico atual do país?

O momento econômico está novamente favorável ao investidor iniciante e mais conservador, pois está muito mais fácil conseguir rendimentos de 1% ao mês com renda fixa, desde que o investidor possa deixar o dinheiro investido até o vencimento. Um bom exemplo disso é o clássico dos investimentos de renda fixa, o CDB. Nesse contexto de alta da taxa de juros anual, a Selic, ficou fácil encontrar CDB oferecendo taxa de 12%, 13% ao ano nas plataformas de renda fixa das principais corretoras. Sendo bem didática, se dividir essa taxa por 12, que é o número de meses do ano, o resultado será um rendimento de 1% ao mês para a taxa de 12% ao ano e de 1,09% para a taxa de 13%. Mas isso não vai durar muito tempo, é um ciclo que estamos vivendo, portanto não espere a festa acabar para comprar o ingresso. É importante ressaltar que o momento também está muito favorável para investimentos em ações de empresas excelentes que estão com os preços descontados por conta do índice Ibovespa bem abaixo dos 120 mil pontos. O investidor que tiver estômago, estratégia e fôlego financeiro para entender que se trata de uma “xepa” na renda variável, poderá se beneficiar em um futuro próximo após as eleições presidenciais desse ano.

Quais são as maiores dúvidas de quem quer começar a investir?

Creio que a principal dúvida seja em relação à segurança do investimento. Normalmente os investidores se perguntam: “Será que vão sumir com meu dinheiro?” ou “pra onde meu dinheiro vai depois que colocá-lo na corretora?”.

Outra dúvida é em relação a acertar o investimento que vai proporcionar o máximo de rentabilidade, com liquidez imediata - que é o investidor poder retirar o dinheiro do investimento rapidamente – combinado a um risco muito baixo. O mercado financeiro é controlado e regulado principalmente pelo Banco Central e CVM. As exigências de complience e multas são altíssimas. É importante deixar claro para o leitor que, as corretoras independentes que não estão ligadas aos “Bancões” reportam para o Banco Central e CVM as mesmas informações que as corretoras dos “Bancões” e são até mais exigidas do que elas. Existe uma frase famosa que diz “Não existe almoço grátis”, muito utilizada no mercado financeiro, é uma excelente demonstração das regras envolvidas no processo de escolha dos investimentos. Por exemplo: o investidor não vai conseguir um rendimento alto e garantido, com liquidez imediata. É sempre uma coisa ou outra. Você não vai encontrar um CDB oferecendo uma taxa muito alta para deixar o dinheiro investido e ainda deixar você tirar o dinheiro de lá a hora que quiser sem penalidades. Quer muita liquidez, menos rentabilidade.Quer mais rentabilidade, abra mão da liquidez, assuma mais risco.

Como funciona a sua mentoria?

Atualmente tenho duas mentorias, uma voltada para a organização das finanças pessoais e outra voltada para os investimentos. O objetivo da mentoria é ajudar as pessoas a saírem do endividamento e dos investimentos de baixa qualidade. E quando falo de investimentos de baixa qualidade me refiro à poupança, à previdência privada em desacordo com os objetivos e horizonte de investimento, aos CDBs e demais títulos de renda fixa abaixo de uma taxa justa, às carteiras de investimento em desacordo com o perfil de risco do investidor, fora as crenças limitantes sobre dinheiro e finanças que são trabalhadas o tempo todo durante a mentoria. Deixe uma dica de como investir da melhor forma e cuidar das próprias finanças. A principal dica é procurar adquirir novas habilidades em relação às finanças pessoais e investimentos, através de mentorias, cursos, livros, audibooks, vídeos, palestras online. Vivemos em um momento da nossa civilização que nunca esteve tão fácil conseguir informação.

Pra fechar, Thais dá dicas, que considera de ouro, para a vida:

1- Tenha clareza dos seus objetivos com o dinheiro;

2- Divida as grandes metas em metas menores;

3- Saibam exatamente quais os seus custos fixos e quanto produz de dinheiro por mês;

4- Tenha o hábito de checar sua conta corrente ao longo do mês;

5- Jamais invista/guarde o dinheiro que sobra mas inclua nos seus gastos fixos o seu boleto pessoal.

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